voltaremos aos altares para os destruirmos

O tempo chegou – desceremos através da Espiral – a dos Tempos.

O ponto central da espiral, é também a do abismo – do Conhecimento.

O abismo é o caminho que os Adeptos almejam alcançar (deverão passar) – a Grande Cidade das Pirâmides.

Adentrando-nos nesse reino infernal e, caminhando em espiral, poderemos alcançar a capital do reino – para alguns, Infernal.

E esse reino representa a total reestruturação do sistema.

Para tal é necessário que superes as dualidades e te tornes um Mestre.

O Mito da descida, é o caminho. Aquele em que todos, no seu percurso, rumam ao interior do grande ciclo e, logicamente, iniciarão (tomarão em suas mãos) o outro.

São muitos os que nos seguirão.

Está escrito, nos muitos Livros e tal pensamento, patente nas muitas culturas: – uma nova Era surgirá!

Os calendários estão mortos.

Outros serão adoptados.

Outros.

Triângulo-a

Estruturados noutras frequências. Noutros ritmos.

Os do Tempo.

Os que provocarão uma outra ordem mental. A que nos convidará seguir a harmonia:

– A da natureza

– A da mente

– A dos ciclos (solar – lunar)…

Reordenaremos a nossa mente.

Valorizaremos o fluxo do calendário lunar, sua tradição iniciática.

Somos os filhos das “bruxas” e “magos” que a cristandade não conseguiu queimar nas suas fogueiras.

Estamos vivos e reivindicamos o regresso da “Grande Roda do Ano” com seus sabat e festividades lunares.

Reivindicamos as práticas da Bruxaria tradicional. A grande FESTA. Uma sociedade humanizada onde a criatividade e a liberdade são a grande chave.

Reivindicamos a absoluta liberdade. A liberdade é una. É um todo.

A liberdade é! – a “liberdade parcelar” não o é!

A liberdade e a criatividade irrompem. Espontaneamente.

Não há (não pode haver) “parcelas” de liberdade.

Há, tão só Liberdade.

É a Liberdade que desejamos. Que reivindicamos.

Quando as estrelas estiverem alinhadas eles voltarão para destruir o mundo. Os “Antigos” transportam consigo os nomes esquecidos e trarão, de novo, os poderes negados ou adormecidos.

Os poderes que residem no nosso interior – os quais não damos conta

Eles voltarão aos altares.

E Eles destruirão os altares.

A liberdade será reconquistada aos tiranos – A Grande Árvore será o nosso trono

marques de sade O marido padre

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O marido padre – Conto provençal

Entre  a cidade  de Menerbe, no condado  de Avinhão, e a de Apt, em Provença,  há um pequeno  convento  de carmelitas isolado,  denominado Saint-Hilaire,  assente  no cimo   de uma montanha onde até mesmo às cabras é difícil o pasto; esse pequeno sítio é aproximadamente como a cloaca de todas as comunidades vizinhas  aos carmelitas; ali, cada uma delas relega o que a desonra, de onde não é difícil inferir quão puro deve ser o grupo de pessoas que frequenta essa casa. Bêbados, devassos, sodomitas, jogadores; são esses, mais ou menos, os nobres integrantes desse grupo, reclusos que, nesse asilo escandaloso, o quanto podem ofertam a Deus almas que o mundo rejeita. Perto dali, um ou dois  castelos e o burgo de Menerbe, o qual se acha apenas a uma légua de Saint-Hilaire – eis  todo o mundo desses bons religiosos que, malgrado  sua batina e condição, estão, entretanto, longe de encontrar abertas  todas as  portas de quantos estão à sua volta.

Havia muito o padre  Gabriel,  um dos santos desse eremitério, cobiçava certa mulher de Menerbe, cujo marido,  um rematado corno, chamava-se Rodin. A mulher  dele era  uma moreninha, de vinte e oito  anos, olhar leviano e nádegas roliças, a qual parecia constituir em todos os aspectos lauto banquete para um monge. No que tange ao sr. Rodin, este era homem bom, aumentando o seu património sem dizer nada a ninguém: havia sido   negociante de panos, magistrado, e era, pois, o que se poderia chamar um burguês honesto;  contudo, não muito  seguro das virtudes de sua cara-metade, era ele sagaz o bastante para  saber que o verdadeiro modo de se opor às enormes protuberâncias que ornam a cabeça de um marido é dar mostras de não desconfiar de os estar usando; estudara para tornar-se padre,   falava latim como Cícero, e jogava bem amiúde o jogo de damas com o padre Gabriel que,   cortejador astuto e amável, sabia que é preciso  adular  um pouco o marido  de cuja  mulher  se deseja possuir. Era um verdadeiro modelo dos filhos de Elias, esse padre Gabriel: dir-se-ia que toda a raça humana podia tranquilamente contar com ele para multiplicar-se; um legítimo fazedor de filhos, espadaúdo, cintura de uma alna(1), rosto perverso e trigueiro, sobrancelhas como as de Júpiter, tendo seis pés de altura  e aquilo que é a característica principal de um carmelita, feito, conforme se diz, segundo os moldes dos mais belos jumentos da província. A que mulher um libertino assim não haveria de agradar soberbamente? Desse modo, esse homem se prestava de maneira extraordinária aos  propósitos da sra. Rodin,  que  estava muito longe de encontrar tão sublimes qualidades no  bom senhor que  os pais lhe haviam dado por esposo. Conforme já dissemos, o sr. Rodin   parecia  fazer  vistas grossas  a  tudo,  sem ser, por isso, menos ciumento, nada dizendo, mas ficando por ali, e fazendo isso nas diversas vezes em que o queriam bem longe. Entretanto, a ocasião era boa. A ingénua Rodin simplesmente havia dito a seu amante que apenas  aguardava o momento para corresponder aos desejos que lhe pareciam fortes demais para  que continuasse a opor-lhe resistência, e padre Gabriel, por seu turno, fizera com que a sra. Rodin percebesse que ele estava pronto a satisfazê-la…  Além disso, num breve momento  em que Rodin fora obrigado a sair, Gabriel mostrara  à sua encantadora  amante uma dessas   coisas que fazem com que uma mulher se decida, por mais que hesite… só faltava, portanto, a ocasião.

Num dia em que  Rodin saiu para almoçar com seu amigo de Saint-Hilaire, com  a ideia de o convidar para uma caçada, e depois de ter esvaziado algumas garrafas de vinho  de Lanerte, Gabriel  imaginou  encontrar na circunstância o instante propício à realização  dos seus desejos.

– Oh, por Deus, senhor magistrado, – diz o monge ao amigo – como estou contente de vos ver hoje! Não  poderíeis ter vindo num momento mais oportuno do que este; ando às voltas com um caso da maior importância, no qual  haveríeis de ser a mim de serventia sem par.

– Do que se trata, padre?

– Conheceis Renoult, de nossa cidade.

– Renoult, o chapeleiro.

– Precisamente.

– E então?

– Pois bem, esse patife me deve cem céus (2), e acabo de saber que ele se acha às portas da falência; talvez agora, enquanto vos falo, ele já tenha abandonado o  Condado…   preciso muitíssimo correr até lá, mas não posso fazê-lo.

– O  que vos impede?

– Minha missa, por Deus! A missa que devo celebrar; antes a missa fosse para o diabo, e os cem écus voltassem para o meu bolso.

– Não compreendo: não vos podem fazer um favor?

– Oh, na verdade sim, um favor! Somos três aqui; se  não celebrarmos todos os dias três missas, o superior, que nunca as celebra, nos denunciaria a Roma; mas existe um meio de me ajudardes, meu caro; vede se podeis fazê-lo; só depende de vós.

– Por Deus! De bom grado! Do que  se  trata?

– Estou sozinho aqui com o sacristão; as duas  primeiras missas foram celebradas, nossos monges já saíram, ninguém suspeitará do ardil; os fiéis serão poucos, alguns camponeses, e quando muito, talvez, essa  senhorinha tão devota que mora no castelo de… a meia légua daqui; criatura angélica que, à força da austeridade, julga poder reparar todas as estroinices do marido; creio que me dissestes que estudastes para ser padre.

– Certamente.

– Pois bem, deveis ter aprendido a rezar a missa.

– Faço-o como um arcebispo.

– Ó meu caro e bom amigo! – prossegue Gabriel lançando-se ao pescoço de Rodin – são dez horas agora; por Deus, vesti meu hábito, esperai soar a décima primeira  hora; então celebrai a missa, suplico-vos; nosso irmão sacristão é um bom diabo, e nunca nos trairá; àqueles que julgarem não me reconhecer, dir-lhes-emos que é um novo monge, quanto aos outros, os deixaremos em erro; correrei ao encontro de Renoult, esse velhaco, darei cabo  dele ou recuperarei meu dinheiro, estando de volta em duas horas. O senhor me aguardará, ordenará que grelhem os linguados, preparem os ovos e busquem o vinho; na volta, almoçaremos, e a caça… sim, meu amigo, a caça creio que  há de ser boa dessa vez: segundo se disse, viu-se pelas redondezas um animal de chifres, por Deus! Quero que o agarremos, ainda que tenhamos de nos defender de vinte processos do senhor da região!

– Vosso  plano é bom – diz Rodin – e, para vos fazer um favor, não há, decerto, nada que eu não faça; contudo, não haveria pecado nisso?

– Quanto a pecados, meu amigo, nada direi; haveria algum, talvez, em executar-se mal a coisa; porém, ao fazer isso sem que se esteja  investido de poderes  para tanto, tudo o que dissentes e nada são a mesma coisa. Acreditai em mim; sou casuísta, não há em tal conduta o que se possa chamar pecado  venial.

– Mas seria  preciso repetir a liturgia?

– E como não? Essas palavras são virtuosas apenas em nossa boca, mas também esta é virtuosa em nós… reparai, meu amigo, que se eu pronunciasse tais palavras deitado em cima de vossa mulher, ainda assim eu havia de metamorfosear em deus o templo onde sacrificais… Não, não, meu caro; só nós possuímos  a virtude da transubstanciação; pronunciaríeis vinte mil vezes  as palavras, e nunca faríeis descer algo dos céus; ademais, bem amiúde connosco a cerimónia fracassa por completo; e, aqui, é a fé que faz tudo; com  um pouco de fé transportaríamos montanhas, vós sabeis, Jesus Cristo o disse, mas quem não tem  fé nada  faz… eu,  por exemplo, se nas vezes  em que  realizo a cerimónia penso mais nas moças ou nas mulheres da assembléia do que no diabo dessa folha de pão que revolvo em meus dedos, acreditais que faço algo acontecer? Seria mais fácil eu crer no Alcorão que enfiar isso na minha cabeça. Vossa missa será, portanto, quase tão boa quanto a minha; assim, meu caro, agi sem escrúpulo, e, sobretudo, tende coragem.

– Pelos céus, – diz Rodin – é que  tenho uma fome devoradora! Ainda  faltam duas  horas para o almoço!

– E o que  vos impede de comer um pouco? Aqui tendes alguma coisa.

– E a tal missa que é preciso celebrar?

– Por Deus! O que há de mal nisso? Acreditais que  Deus se há de macular mais caindo numa barriga cheia em vez de numa vazia? O  diabo me carregue se  não é a mesma coisa a comida estar em cima ou embaixo!  Meu caro, se eu dissesse em Roma todas as vezes que almoço antes de celebrar minha missa, passaria minha vida na estrada. Além disso, não sois padre, nossas regras não vos podem constranger; ireis  tão-somente dar certa imagem da missa, não ireis celebrá-la; consequentemente, podereis fazer tudo o que quiserdes antes ou depois, inclusive beijar vossa mulher, caso ela aqui estivesse; não se trata de agir como eu; não é celebrar, nem consumar o sacrifício.

– Prossigamos – diz Rodin – hei de fazê-lo, Podeis ficar tranquilo.

– Bem – diz Gabriel, dando uma escapadela, depois de fazer boas  recomendações do amigo ao sacristão… – contai comigo, meu caro; antes de duas horas estarei aqui  – e, satisfeito, o monge vai embora.

Não é difícil imaginar que ele chega apressado à casa da mulher do magistrado; que ela se admira de vê-lo, julgando-o em companhia de seu marido; que ela lhe pergunta a razão  de visita  tão imprevista.

– Apressemo-nos, minha cara – diz o monge, esbaforido – apressemo-nos!  Temos para nós apenas  um instante… um copo de vinho, e mãos à obra!

– Mas, e quanto a meu marido?

– Ele celebra a missa.

– Celebra a missa?

– Pelo sangue de Cristo, sim, mimosa – responde o carmelita, atirando a sra. Rodin ao leito – sim, alma pura, fiz de seu marido um padre, e, enquanto o farsante celebra um mistério divino, apressemo-nos em levar a cabo um profano… O monge era vigoroso; a uma mulher, era difícil opor-se-lhe quando ele a agarrava: suas razões, por sinal, eram tão convincentes… ele se põe a persuadir a sra. Rodin, e, não se cansando de fazê-lo a uma jovem lasciva de vinte e oito anos, com um temperamento típico da gente de Provença, repete algumas vezes suas demonstrações.

– Mas, meu anjo – diz, enfim, a beldade, perfeitamente persuadida – sabeis  que se esgota o tempo… devemos nos separar: se nossos prazeres devem durar apenas o tempo de uma missa, talvez ele já esteja há muito no ite missa  est.

– Não, não, minha querida – diz o carmelita, apresentando outro argumento à sra. Rodin – deixai estar, meu coração, temos todo o tempo do mundo! Uma vez mais, minha cara amiga, uma vez mais! Esses noviços  não vão  tão rápido quanto nós… uma vez mais, vos peço! Apostaria que o corno ainda não ergueu a hóstia consagrada. Todavia, mister foi que se despedissem, não sem promessas de se reverem; tracejaram novos ardis, e Gabriel foi encontrar-se com  Rodin;  este havia celebrado a missa tão bem quanto um bispo.

– Apenas o quod aures – diz ele – embaraçou-me um pouco; eu queria comer em vez de beber, mas o sacristão fez com que eu me recompusesse; e quanto aos cem écus, padre?

– Recuperei-os, meu filho; o patife quis resistir, peguei de um forcado, dei-lhe umas pauladas, juro-vos, na cabeça e noutras partes.

Entretanto, a diversão termina; nossos dois  amigos vão à caça e, ao regressar, Rodin conta à sua mulher o favor que prestou a Gabriel.

– Celebrei a missa – dizia o grande tolo, rindo com todas as forças – sim, pelo corpo de Cristo! Eu celebrava a missa como um verdadeiro vigário, enquanto nosso  amigo media as espáduas de Renoult com um forcado…  Ele  dava  com  a vara; que dizeis disso,  minha vida? Colocava galhos na fronte; ah! boa e querida mãezinha! como essa história é engraçada, e como os cornos me fazem rir! E vós, minha amiga, o que fazíeis enquanto eu celebrava a missa?

– Ah! meu amigo – responde a mulher – parecia inspiração dos céus! Observai de que modo nos ocupavam de todo, a um e a outro, as coisas do céu, sem que disso suspeitássemos; enquanto celebráveis a missa, eu entoava essa bela oração que a Virgem dirige a Gabriel quando este fora anunciar-lhe que ela ficaria grávida pela intervenção do  Espírito Santo. Assim seja, meu amigo! Seremos salvos, com toda certeza, enquanto ações   tão boas nos ocuparem a ambos ao mesmo tempo.

_______

(1) Antiga medida de comprimento de três palmos

(2) Antiga moeda francesa.

o louco

… os mercadores procedentes dos mais longínquos países, oferecem-nos, no paraíso, produtos exóticos de todo o tipo…
frescas frutas e verduras que, com esmero, os cozinheiros prepararão para nosso repasto
recuperarão as antigas receitas, as que as tribos de antanho já cozinhavam quando dos seus ritos ao Sol
jóias e finas sedas embelezarão nossos corpos
mágicos, actores, e marionetistas exibirão os seus melhores momentos de criatividade
poetas e músicos converterão a viagem ao grande sabat num encantador passeio
e
pronto,

esta introdução ao canhenho de notas do nosso irmão, podemos ficar por aqui. ainda que muito mais pudesse ser dito,
porém, devido ao adiantado da hora…

deixamos este espaço em branco para vossa reflexão

preto 1

porque o silêncio e a alvura do papel são, talvez, dos melhores signos da alegria

claro que sim…

o autor destas linhas, é um dos guerreiros que não nos deixa esquecer que a principal fonte de energia somos nós próprios – a sua obra tem despertado uma intensa emoção em toda a irmandade

que os deuses velem por ele

 S” ¯Å  S” ¯Å

negro2

sabemos que
toda a verdade é relativa
e
que o de antes volta a tornar-se presente graças ao
rito ………………………………………………………….
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………………………………………………………….
……………………………e
regressamos sempre
dominados pela ansiedade de saber
decifrar o oculto

há sempre
algo que se nos escapa
de que necessitamos
e ……………………………………………………….
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…………………………..introduzir
o_fascínio_no_campo_de_manobras
aglutinação .
pôr
do lado de .
do lado de . pôr
aplicações .
e
os objectos
ao tocarem-se transmitem o seu significado .
suas
estratégias de composição .
fragmentos .
adição
versus subtracção .
um
processo
de agregação contínua de materiais,
que de
forma
táctil se fundem .

na acumulação .
na substituição ……………………………………..
………………………………………………………….
………………………………………………………….
………………………………………………………….
………………………………………………………….
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………………………………………………………….
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………………………………………………………….
………………………………………………………….
………………………………………………………….
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negro-pedras2

………………………….. e
o louco é a
lâmina que abre e fecha o livro (o alfa e o omega)
ele é a transgressão ao estabelecido
não numerado
o louco
é aquela parte de nós
bastante sábia para se extasiar diante do mistério da criação
e
bastante audaz para se lançar à aventura
o louco
conforma-se com uma nova forma de viver a noite
e
tudo começou …………………………………… um dia
muito antes de terem nascido os deuses
…………………………………………………………………
………………………………………………………………….
………………………………………………………………….
………………………………………………………………….
………………………………………………………………….
………………………………………………………………….
………………………………………………………………….
………………………………………………………………….

do mito, do rito e a deusa nossa

deusa

é facto
estamos unidos  tal como os grãos de areia
e
continuaremos
enquanto os nossos objectivos permanecerem em harmonia
é que a nossa obra não pode – jamais – ser levada a cabo sem
o entendimento
o dos nossos cúmplices
só ele (entendimento) permitirá que no interior dos nossos templos exista aquela tendência – tão natural e tão praticada – para os cismas
daí se infere que a nossa obra não pode – jamais – ser levada a sério
(ou pode?)
a fé não é racional, é emocional
os crentes reagem emocionalmente quando a sua fé é contestada
precisamente
é que no fundo… lá no fundo de suas mentes, sabem que acreditam num mito e têm medo de que a sua crença desabe na presença da lógica
seguindo este raciocínio…
poderemos dizer: – é por isso que as diferenças religiosas levam à guerra, mas nunca (por exemplo) à aritmética
e
quanto menor a evidência – a que existe – a favor de uma ideia…
maior a paixão
maior a violência
para nós…
para nós é o cisma que interessa
o cisma
cada um de nós é um cisma e, muitas vezes – cisma do cisma
ou… talvez, nem cisma sejamos
por não crentes
por navegarmos alegremente a uma distância considerável daquilo em que os outros crêem
e
que chamam fé
não há fé
há sonhos a fervilhar no caldeirão do bruxo ou bruxa —> que somos nós <— nós somos, mesmo, bruxos
feiticeiros/magos/artistas
em processo e progresso
e
soltamos gargalhadas inflamadas pelo gozo
o gozo de estar vivo – aqui e agora
é que sabemos que a nossa deusa – a ser falsa – é menos falsa que os deuses dos outros
precisamente
porquê?
pela simples razão de que os outros (deuses) sobrevivem no imaginário das gentes à custa da fé
da fé dessas gentes
e a nossa deusa existe, mesmo, no nosso imaginário
uma vez que a nossa deusa é obra nossa
é arte…
a nossa deusa vive à margem de qualquer fé…!
porque nós
não temos fé nenhuma…
 

 

anarcofagia

 

 

ANARCOFÁGICOS

ventos-anarcofágicos

O mundo é grave, absurdo & inexorável, & carece de Arte & Humor – vitaminas essenciais para suportarmos o tédio existencial. A dimensão intelectual é um arcabouço de imbecilismo, forrada com uma ciência selvática & caduca, atravessada por sistemas filosóficos medíocres & sustentada pelo autoritarismo de autores sacrossantos – Freud, Marx, Kant & outros endeusados pelo fetichismo acadêmico. Faço deste manifesto um convite aos Artistas & Intelectuais a subverter & transgredir este cenário estupidificante.

 Este é um manifesto, sobretudo, pela Arte & pelo Humor.

ventos-anarcofágicos

Se religiões organizadas são o ópio do povo, então religiões desorganizadas são a maconha da turba lunática.
Principia Discordia – Kerry Thornley

 

 

ventos-anarcofágicosOs Anarcofágicos – anarco (relativo a anarquia) & fagia (do grego, phagein: come) – são devoradores de teorias, lógicas, paradigmas & cosmovisões que não adoptam ideologias, valendo-se de teorias provisorias para fragilizar as demais.

 Para além da refutação higienizadora & massiva, os Anarcofágicos entendem que para activar a imaginação, o delírio & o prazer das massas eles devem perfurar a dimensão mais quotidiana da vida humana promovendo: 

a) arte transgressora, como prazerosa alucinação colectiva, & não reduzida a produto, espectáculo, poder de impacto ou militância ideológica; 

b) humor como último argumento contra o tédio existencial, aproveitando a capacidade dele pautar símbolos, reforçar estigmas, criticar comportamentos, derrubar estereótipos & satirizar arquétipos – Zero Mostel disse que “o grau de liberdade que há em qualquer sociedade é directamente proporcional ao riso que nela existe”.

 Theodor Adorno estabeleceu o excêntrico como critério da arte: “a arte é a antítese social da sociedade, & não deve imediatamente deduzir-se desta” & Vladimir Maiakovski atribuiu um carácter construtor à arte: “a arte não é um espelho para reflectir o mundo, mas um martelo para forjá-lo”. Adorno errou considerando a arte apenas em sua dimensão social & Maiakovski esqueceu do poder de desconstruir da arte, como ilustrou endogenamente Roberto Piva: “arcanjos de enxofre bombardeiam o horizonte através dos meus sonhos”. Esta é a aposta da Arte Anarcofágica.

 

O INTELECTUAL ANARCOFÁGICO

 

Eu me contradigo? Pois muito bem, eu me contradigo, sou amplo, vasto, contenho multidões.
Walt Whitman

ventos-anarcofágicosO Intelectual Anarcofágico é multidisciplinar & apela mais para a aparência das argumentações do que as suas consistências lógicas – acreditando que mais vale a beleza das ideias do que a coerência com a realidade absolutizada pela razão, como manifestou Charles Bukowski: “não confio muito nas estatísticas, porque um homem com a cabeça dentro de um forno acesso & os pés no freezer, estatisticamente possui uma temperatura média”.

 As armas de combate dos Anarcofágicos é a Arte Anarcofagica, a Ciência Experimental, o Ensaísmo Lírico & o Humor Contundente.

 Os Anarcofágicos não representam um grupo de esquerda & acreditam que “se a revolução não servir para dançar e rir, não será nossa revolução”, como escreveu Bob Black, um Groucho-Marxista.

 

ARQUI-INIMIGOS E ALIANÇAS

 

1ª Lei Absoluta: PATAFÍSICA- Tudo é decidido pela imaginação e não pela razão.
2ª Lei Não Absoluta: Não encher as caras aos domingos.
Quem quer fazer sentido?
A realidade é relativa;
A Fantasia é bem melhor;
Arte, Poesia e Loucura.
3ª Lei Absoluta: Usar LSD.
4ª Lei Absoluta: Enlouquecer a Política.
5ª Lei Absoluta: Nenhum tipo de censura. Mandar as preposições e a gramática pro inferno!
6ª Lei Absoluta: O que fazer em casos de incêndio? Deixe queimar!
7ª Lei Absoluta: Jogar uma garrafa de conhaque no Delírio Coletivo
8ª Lei Absoluta: DELIRAR.
9ª Lei Absoluta: Assassinar a monotonia causada pela razão.
Leis Absolutas do Delírio Coletivo – Por Fada Verde

ventos-anarcofágicosArqui-inimigos & alianças são deliberações dos Anarcofágicos. Aos arqui-inimigos oferecemos extermínio argumentativo & às alianças oferecemos ajuda apologética de suas bandeiras & causas.

 Os Intelectuais Gramscianos são arqui-inimigos dos Anarcofágicos  –  defendem certos princípios & acreditam dogmaticamente em somente uma forma de mudança social, geralmente doutrinados acriticamente pelos que se dizem críticos. 

O Niilista também é um dos arqui-inimigos dos Anarcofágicos  –  por jogarem cobardemente com a sua existência.

 As alianças são com os Antiproibicionistas  –  entendendo os direitos humanos & os anseios libertários da percepção -, & com os Discordialistas  –  responsáveis por operações como Salve os Anões de Jardins & Mindfuck (criação de uma zona onde a normalidade e o comum sejam suspensos e trocados pelo anormal e incomum).

 

MILITÂNCIA & REIVINDICAÇÕES

 

Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da imaginação.
Manifesto Surrealista – André Breton

ventos-anarcofágicosAs bandeiras & reivindicações são renovadas pelos Anarcofágicos com frequência & cada Anarcofágico tem a liberdade de escolher se vai militar por elas & quais vai adoptar, assim como propor a inclusão de novas.

Os Anarcofágicos defendem a cultura popular, o folclore, o jardinismo da área urbana, a transformação de praças publicas em centros de cultura & arte, as terapias naturais & artísticas, os direitos humanos, o antiproibicionismo, a flexibilidade da língua, o zombar filosófico – “zombar da filosofia é realmente filosofar”, como escreveu Blaise Pascal (1623-1662) -, o culto da percepção & da sensibilidade, a ventilação da arte & a democratização da dimensão artística da vida quotidiana.

 Os Anarcofágicos reivindicam: uma edição higienizada & conservada do Kama Sutra para as próximas gerações, cotas para desenhos infantis que reproduzem músicas clássicas, o fim da avaliação valorativa (de 0 a 10) propondo a promoção das avaliações adjetivas, a proibição moral de dar nós nas sacolas – responsável por significativa carga de stresse da humanidade -, & a liberdade do compositor brasileiro – “aí chegou o gringo com o sequencer para prender o músico brasileiro na camisa-de-força do metonímico 4/4 rock-pop-box.” como escreveu Tom Zé.

 

in: anarcofagia

 
 
 

O Catecismo de um Revolucionario

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O Catecismo de um Revolucionário de Sergey Nechayev

DEVERES DO REVOLUCIONÁRIO PARA COM ELE PRÓPRIO:

I – O revolucionário é um homem com um destino. Não tem nem negócios ou interesses pessoais, nem sentimentos ou afeições, nem propriedade, nem mesmo um nome. Nele tudo está absorvido por um só interesse exclusivo, um só pensamento, uma só paixão: A Revolução.

II – No mais profundo do seu ser, e não somente em palavras, mas também em atos, quebrou todo o laço com a ordem burguesa e o conjunto do mundo civilizado, assim como com as leis, as tradições, a moral e os costumes que têm lugar nesta sociedade. É o inimigo implacável desta sociedade, e se aí continua a viver, é unicamente para melhor a destruir.

III – Um revolucionário despreza toda a teoria; renuncia à ciência atual e abandona-a para as gerações vindouras. Não conhece senão uma só ciência: a destruição. É para este fim, e só para este fim, que estuda a mecânica, a física, a química e, se a ocasião se apresentar, a medicina. É no mesmo propósito que se dedica, dia e noite, ao estudo das ciências da vida: os homens, os seus caracteres, as suas relações entre eles, assim como as condições que regem em todos os domínios a ordem social atual. O objetivo é sempre o mesmo: destruir o mais rapidamente e o mais seguramente possível esta ignomínia que é a ordem universal.

IV – O revolucionário despreza a opinião pública. Tem desprezo e ódio pela moral social atual, pelas suas diretivas e suas manifestações. Para ele, o que é moral, é o que favorece o triunfo da Revolução, o que é imoral e criminoso, é o que a contraria.

V – O revolucionário é um homem que faz o sacrifício da sua vida, e que, em consequência, não é mais independente. ele não tem qualquer deferência pelo Estado principalmente, ou por toda classe cultivada da sociedade, e não deve daí esperá-las igualmente. Entre ele e a sociedade, um combate de morte é travado, uma luta aberta ou clandestina, sem tréguas e sem misericórdia. Deve estar preparado para suportar todos os tormentos.

VI – É necessário que o revolucionário, duro para com ele próprio, o seja também para os outros. Todas as simpatias, todos os sentimentos que poderiam emocioná-lo e que nascem da família, da amizade, do amor ou do reconhecimento, devem ser sufocados nele pela única e fria paixão da obra revolucionária. Para ele não existe mais que um prazer, que uma consolação, que uma recompensa, que uma satisfação: o sucesso da Revolução. Não deve haver, dia e noite, mais que um pensamento e um objetivo: a destruição inexorável. E prosseguindo com sangue frio e sem descanso a realização deste plano, deve estar pronto a morrer, mas pronto a matar com as suas próprias mãos todos aqueles que se oponham à sua realização.

VII – A natureza do verdadeiro revolucionário exclui todo o romantismo, toda a sensibilidade, todo o entusiasmo, todo o impulso. Exclui também todo o sentimento de ódio ou de vinganças pessoais. A paixão revolucionária, tomada nele um hábito constante e quotidiano, deve unir-se ao cálculo frio. Por toda a parte e sempre é necessário obedecer-lhe, não aos seus impulsos pessoais, mas ao que exige o interesse geral da Revolução.

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DEVER DO REVOLUCIONÁRIO PARA COM SEUS CAMARADAS:

VIII – O revolucionário não pode ter amizade e simpatia senão por aquele que demonstrou pelos seus atos que é igualmente um servidor da Revolução. A amizade, a dedicação, as obrigações passadas para com tal camarada não se medem senão depois da sua utilidade no trabalho prático da revolução destruidora.

IX – É supérfluo falar de solidariedade entre revolucionários: é sobre ela que repousa toda força de trabalho revolucionário. Os camaradas, que atingiram o mesmo grau de consciência e de paixão revolucionária, devem, tanto quanto possível, discutir em comum as questões importantes e tomar decisões unânimes. Para executá-las cada um deve, antes de tudo, contar consigo próprio. Logo que se trate de executar uma série de atos de destruição, cada um deve operar por sua conta e risco e não reclamar ajuda ou assistência aos seus camaradas, porque isto é absolutamente indispensável para o sucesso do empreendimento.

X – Todo o militante revolucionário deve ter à sua disposição alguns revolucionários de segunda ou terceira categoria, quer dizer, aqueles que ainda não foram admitidos em definitivo. Deve considerá-los como uma parte do capital comum posto à sua disposição. Deve gerir a sua parte de capital com economia e retirar o máximo de benefício. Deve-se considerar a si próprio como um capital necessário ao triunfo da revolução, capital que não pode, contudo, dispor sozinho e sem consentimento do conjunto dos outros camaradas.

XI – Todas as vezes que um camarada se encontra em perigo, o revolucionário, para saber se o deve salvar ou não, não tem que consultar o seu sentimento pessoal, mas só e unicamente o interesse da causa revolucionária. Também lhe é necessário pensar por uma parte na utilidade que representa o seu camarada, por outra parte no dispêndio de forças revolucionárias que exigirá a sua libertação, e agir no sentido para onde pende a balança.

DEVERES DO REVOLUCIONÁRIO PARA COM A SOCIEDADE:

XII – Um novo membro, depois de ter feito as suas provas, não em palavras, mas em atos, não pode ser admitido na Associação senão por unanimidade.

XIII – Um revolucionário penetra no mundo do Estado, no mundo das classes, neste mundo que se pretende civilizado, e aí vive pela única razão de que acredita na sua próxima e total destruição. Não é um revolucionário, se ainda alguma coisa o prende a este mundo. Não deve recuar, se se trata de quebrar algum laço que o una a este mundo decrépito, ou de destruir alguma instituição ou algum indivíduo. É-lhe necessário odiar igualmente tudo e todos. O pior para ele, é de ter ainda neste mundo laços de parentesco, de amizade ou de amor: não é um revolucionário, se semelhantes laços podem prender o seu braço.

XIV – O revolucionário pode e deve frequentemente, viver no seio da sociedade, em vista da sua implacável destruição, e dar ilusão de ser totalmente diferente do que realmente é. Um revolucionário deve procurar entradas em toda a parte, na alta sociedade como na classe média, nos comerciantes, no clero, na nobreza, no mundo dos funcionários, dos militares e dos escritores, na polícia secreta e até no palácio imperial.

XV – Toda esta ignóbil sociedade se divide em categorias. A primeira corresponde aqueles que são para suprimir sem demora. Os camaradas terão de fazer listas dos seus condenados, classificados, tendo em conta as suas maleficências relativas e os interesses da obra revolucionária, de tal modo que os primeiros números sejam liquidados antes dos outros.

XVI – A feitura destas listas e o estabelecimento das categorias não devem depender do caráter pernicioso de tal ou tal indivíduo, nem do ódio que inspira aos membros da organização ou do povo. Este caráter pernicioso e este ódio podem mesmo ser úteis numa certa medida para empurrar o povo para a revolta. Deve-se somente ter em conta o grau de utilidade que representa a morte de tal ou tal pessoa para a obra revolucionária. É necessário executar primeiramente os indivíduos mais perigosos para a organização revolucionária, e aqueles cuja morte violenta e súbita é a mais apropriada para assustar o governo e enfraquecer sua força, privando-os dos seus auxiliares mais enérgicos e mais inteligentes.

XVII – A segunda categoria compreende aqueles a quem se deixa provisoriamente a vida, e cujos atos sublevarão a indignação do povo e o conduzirão inevitavelmente à revolta.

XVIII – A terceira categoria é composta por um grande número de bestas brutas altamente colocadas, que não brilham nem pela inteligência, nem pela energia, mas que possuem, em razão da sua situação, riquezas, altas relações, de influência e de poder. É necessário explorá-los por todos os meios possíveis, agarrá-los nas nossas redes, fazer-lhes perder o controle, penetrar até o fundo dos seus segredos desonestes, e assim fazer deles os nossos escravos. Desta maneira o seu poder, as suas relações, a sua influência e a sua riqueza serão para nós um tesouro inesgotável e um precioso socorro nos múltiplos empreendimentos.

XIX – A quarta categoria compreende toda a espécie de funcionários ambiciosos, assim como os liberais das diferentes tendências. Pode-se conspirar com estes últimos adotando o seu próprio programa fazendo-lhes acreditar que o seguem cegamente. É necessário tomar bem em mãos, apoderar-se dos seus segredos, comprometê-los a fundo para lhes tornar impossível qualquer retirada, e servir-se deles para provocar perturbações no Estado.

XX – A quinta categoria compreende os doutrinários, os conspiradores, os revolucionários, todas as pessoas que tagarelam nas reuniões ou escrevem no papel. É necessário, sem cessar, empurrá-los, comprometê-los com manifestações práticas e perigosas: o resultado será o desaparecimento do maior número, enquanto que alguns se revelarão os verdadeiros revolucionários.

XXI – A sexta categoria é de uma grande importância: trata-se das mulheres, que convém dividir em três classes. A primeira compreende as mulheres superficiais, sem espírito e sem coração, de que é necessário servir-se da mesma maneira como os homens da terceira e quarta categorias. Incluímos na segunda classe as mulheres inteligentes, apaixonadas, prontas a dedicarem-se, que não estão ainda nas nossas fileiras, porque elas não chegam ainda a uma inteligência revolucionária prática e sem verborragia. É necessário utilizá-las como aos homens da quinta categoria. Vem enfim, as mulheres que estão completamente conosco, quer dizer, que estão totalmente integradas e aceitaram integralmente o nosso programa. Devemos considerá-las como o nosso tesouro mais precioso e a sua ajuda é indispensável em todos os nossos empreendimentos.

DEVERES DA ASSOCIAÇÃO PARA COM O POVO:

XXII – A associação não tem outro objetivo que a emancipação total e a felicidade do povo, quer dizer, da parte da humanidade constrangida a trabalhos duros. Mas, persuadido que esta emancipação e esta felicidade não podem ser atingidas senão através de uma revolução popular que destruirá toda a sociedade, a associação colocará tudo em curso para aumentar e multiplicar os males e os sofrimentos que encolerizarão a paciência do povo e desencadearão a sua revolta massiva.

XXIII – Pelo nome de “Revolução Popular” a nossa sociedade não entende um movimento de tipo clássico ocidental, que não atinge em nenhum caso nem propriedade privada, nem a ordem social transmitida pela dita civilização e a pretensa moralidade, e que se limitou até agora a suprimir um sistema político para o substituir por um outro e fundar um Estado dito revolucionário. Só pode trazer a salvação ao povo uma revolução que condene absolutamente toda a idéia de Estado, perturbe completamente na Rússia as tradições, as instituições e as classes sociais do Estado.

XXIV – Neste objetivo a Associação não tem de modo algum a intenção de impor ao povo qualquer organização vinda de cima. A futura organização sairá, sem dúvida, do movimento da vida popular, mas isto será obra das gerações vindouras. A nossa tarefa é de destruir, uma destruição terrível, total, implacável, universal.

XXV – Também é necessário, aproximar-nos do povo, procurar, antes de tudo, a aliança com estes elementos da vida popular, que, desde a fundação do Estado moscovita, são, sem cessar, educados contra todos os auxiliares diretos ou indiretos do Estado: nobreza, burocracia, clero, grandes e pequenos comerciantes, e numa palavra, contra todos os exploradores do povo. É necessário aliarmo-nos com o mundo dos aventureiros e dos bandidos, que são, na Rússia, os únicos verdadeiros revolucionários.

XXVI – Reunir todos estes elementos para fazer uma força única, invencível e capaz de destruir tudo: tal é a razão de ser de toda a nossa organização, de toda a nossa conspiração, de todo o nosso empreendimento.

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Sergey Gennadiyevich Nechayev (Sergei Nechaev, Сергей Геннадиевич Нечаев), nasceu em 2 de Outubro de 1847, morreu em 21 de Novembro ou 3 de Dezembro de 1882) foi um anarquista revolucionário russo que ficou associado ao Movimento Niilista e reconhecido pela obstinação de fomentar a revolução utilizando qualquer meio, incluindo a violência política.

Carta de Piotr Kropotkin a Vladimir Lenin

Carta-de-Piotr-Kropotkin-a-Vladimir-Lenin

“Vivendo no centro de Moscou, você não pode conhecer a verdadeira situação do país. Teria de deslocar-se às províncias, manter estreitos vínculos com as pessoas, compartilhar seus desejos, trabalhos e calamidades; com os esfomeados – adultos e crianças – suportar os inconvenientes sem fim que impedem a obtenção de provisão para um mísero lampião … E as conclusões a que chegaria, poderiam ser resumidas numa só: a necessidade de abrir caminho para condições de vida mais normais. Se não o fizermos, esta situação nos conduzirá a uma sangrenta catástrofe. Nem as locomotivas dos aliados, nem a exportação de trigo, algodão, cobre, linho ou outros materiais dos quais temos enormes necessidades poderão salvar a população.

Em vez disso fica uma verdade: ainda que a ditadura de um partido constituísse um meio útil para combater o regime capitalista – o que duvido muito – , esta mesma ditadura seria totalmente nociva para a criação de uma ordem socialista. O trabalho, necessariamente, tem de constituir-se na base das forças locais, mas até agora, isto não ocorre nem é estimulado por nenhum lado. Em seu lugar se encontram, a todo instante, individualidades que desconhecem a vida real e cometem os maiores erros, ocasionando a morte de milhares de pessoas e arruinando regiões inteiras.
Sem a participação das forças locais, sem o trabalho construtivo de baixo para cima, executado pelos trabalhadores e todos os cidadãos, a edificação de uma nova vida é impossível.
Uma obra semelhante poderia ser empreendida pelos sovietes, pelos conselhos locais. Mas a Rússia, devo enfatizar, é uma república soviética apenas no nome. A influência e o poder dos homens do partido, que são frequentemente estranhos ao comunismo – os devotos da ideia estão sobretudo instalados aí no centro – têm aniquilado a influência verdadeira e a força daquelas instituições que muito prometiam: os sovietes. Repito: não há mais sovietes na Rússia, mas somente comitês do partido que fazem e desfazem. E as suas organizações padecem de todos os males do funcionalismo.
Para sair da desordem atual a Rússia deve retomar o espírito criador das forças locais que, asseguro, são as únicas capazes de multiplicar os fatores de uma nova vida. Quando antes se compreender isto, melhor! As pessoas se disporão a aceitar mais facilmente as novas formas de organização social. Entretanto, se a situação atual se prolongar, a mesma palavra socialismo se converterá numa maldição, como ocorreu na França com a ideia igualitária durante os quarenta anos que seguiram ao governo dos jacobinos.”

Piotr Kropotkin – Dimitrov, 04 de março de 1920
Da Enciclopédia Anarquista.

“GUNTHER ANDERS, EL FILÓSOFO DE LA BARBARIE. EL FIN DEL PACIFISMO”.

“LA ÚNICA SALIDA ES LA VIOLENCIA”. “GÜNTHER ANDERS, EL FILÓSOFO DE LA BARBARIE. EL FIN DEL PACIFISMO”.

 Osvaldo Bayer, 1987  

 

Extraído de: Osvaldo Bayer, Berlín, Alemania, agosto de 1987. Transcrito por Tota para La Haine del libro Rebeldía y Esperanza.  

• Preparado y reproducido para Internet por: (I.E.A.)  

 

“Instituto de Estudios Anarquistas” (Santiago, Chile, mayo de 2005), http://www.institutoanarquista.cl   //   contacto@institutoanarquista.cl

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¿Violencia, sí o no? (Una discusión necesaria) se titula un pequeño compendio del filosofo alemán Günther Anders que ha convocado a una polémica filosófico-cultural inesperada en una intelectualidad centro-europea resignada que recuerda el 68 como algo que no podrá volver, que no quiere mirar hacia atrás a la violencia desesperada de los años 70 de la Baader-Meinhof, que se ha cansado de hacer toda clase de acciones pacifistas contra el Estado Atómico y contra la sociedad antiecológica del consumo y el despilfarro. ¿Y por qué esa polémica ahora? Porque Günther Anders, el pensador pacifista por excelencia, el moralista, ha escrito a los 85 años, con sus dedos que apenas puede mover por la artritis:  

La única salida es la violencia.

Nacido en 1902, fue soldado en la Primera Guerra Mundial a los 16 años; alumno de Husserl y Heidegger, ya en 1928 es uno de los más audaces denunciadores del hitlerismo como producto del capitalismo alemán, y en 1933 debe marchar al exilio con su mujer, la filósofa Hannah Arendt (la autora de La banalidad del mal, Poder y violencia, Eichman en Jerusalén). En Estados Unidos trabajará como obrero en fábricas y allí experimentará el significado de la dependencia del hombre a la técnica. En 1950 regresa a Alemania donde seis años después publicará su obra fundamental: Lo anticuado del ser humano. Visita Auschwitz y dirá:

Si se me pregunta en qué día me avergoncé absolutamente, responderé: en esta tarde de verano cuando en Auschwitz estuve ante los montones de anteojos, de zapatos, de dentaduras postizas, de manojos de cabellos humanos, de maletas sin dueño. Porque allí tendrían que haber estado también mis anteojos, mis dientes, mis zapatos, mi maleta. Y me sentí ––ya que no había sido un preso en Auschwitz porque me había salvado por casualidad–– sí, me sentí un desertor.

En el idioma alemán hay una palabra común para poder y violencia: Gewalt. Y Günther Anders estudia sin pausa cómo la técnica va ganando cada vez más poder (violencia) sobre el ser humano. Después de Auschwitz, Anders visitará Hiroshima. Para él, después de Auschwitz, el paso esperado de la ecuación poder-violencia. Escribe al piloto del avión que arrojó la bomba atómica, Claude Eatherly, internado en un hospital de veteranos, un paria pero también una víctima. La correspondencia entre el filósofo alemán, el pacifista, y el aviador norteamericano fue publicada. Un documento del miedo, de la irracionalidad, de la desesperación. A raíz de ese breve tomo, Günther Anders es calificado de persona no grata en los Estados Unidos. Se lo califica de comunista.

El poder-violencia de Auschwitz y Hiroshima no se detendrá allí para el filósofo Anders. La tercera etapa estará dada por el sistema de la sociedad de consumo que no sólo envenena el medio ambiente, los ríos, el mar, los bosques sino que divide al mundo en países en la opulencia y países en la miseria. Una sociedad de consumo que aplica la energía atómica para más autos, más armas, más cemento, más turismo, más idiotización con productos superfluos, pero al mismo tiempo más poder, mientras más violencia, más hambre, más subdesarrollo, más dependencia en los países no industriales. Y el mundo del socialismo real ante el temor de quedarse en definitivo atraso tecnológico ––y además por su idolatría por la técnica–– entregó también su alma al diablo del Estado atómico. Para Anders, las estaciones hacia el fin de la humanidad comenzadas con Auschwitz (la destrucción sistemática y anónima del ser humano), con Hiroshima (cuando el ser humano se apercibió de que sólo bastaba apretar un botón) se completa con Chernobyl (nombre representativo para Harrisburg, y todas las demás catástrofes ecológicas habidas en la última década) donde el hombre pierde el dominio sobre el poder-violencia y se auto-mata en un holocausto de irracionalidad, obstinada estupidez y avaricia.

Manfred Bissinger, biógrafo e intérprete de Günther Anders señala:

Los temas de Anders giran constantemente en torno al problema de cómo la técnica gana cada vez más poder-violencia sobre el ser humano. Nos lo explica en sus tres tesis fundamentales, que son: que el hombre no está a la altura de la perfección de sus productos; que produce más de lo que puede imaginarse y responsabilizarse, y que cree que todo lo que es capaz de producir puede hacerlo y no sólo eso, debe hacerlo.

En los años sesenta y setenta Günther Anders junto con Heinrich Böll, el obispo Scharf, el teólogo Gollwitzer, el filósofo Ernst Bloch y otros encabezaron el gran movimiento pacifista alemán contra el estacionamiento de los cohetes atómicos norteamericanos en territorio germano. Ellos estuvieron también en las grandes acciones pacíficas contra las centrales atómicas. Veinte años de labor no sólo teórica sino acompañando esa teoría con la acción pacífica. En 1983 Günther Anders recibió el premio Theodor Adorno, el más alto galardón de la filosofía alemana. Fue en Francfort, en la iglesia de San Pablo, símbolo de la Revolución de 1848. Le tocó en suerte al burgomaestre de esa ciudad, un demócrata cristiano, Walter Wallmann, precisamente enemigo a muerte de las ideas del filósofo, entregarle ese premio. El político dijo:

Honramos aquí al filosofo Günther Anders porque él nos contradice, nos advierte constantemente, nos sacude.

Anders le respondió:

Soy sólo un conservador ontológico, en principio, que trata de que el mundo se conserve para poder modificarlo.

 Hoy, a los 85 años escribe un nuevo libro, sobre el tema de siempre: el monopolio del poder (violencia), la no-violencia (no-poder) y las formas de combatir la violencia (poder).Su libro lleva el título exacto, igual que su estilo despojado de todo ritual o adorno: Estado de sitio o legítima defensa. En ese título está todo el gran debate: poder del Estado contra el derecho natural del individuo a defenderse. Violencia del Estado contra violencia individual. Estado de emergencia en defensa de las instituciones y frente a eso: derecho del individuo a revelarse. Democracia de mayorías y democracia de base.

Ante una pregunta, Anders solicita ser sólo un filósofo de la barbarie. La barbarie del mundo actual: Auschwitz, Hiroshima, Chernobyl. Su frase: Hiroshima está en todos lados, de los años cincuenta se ha convertido en Chernobyl está en todos lados. ¿Cómo impedir la muerte del planeta? Para él ––que ensayó todas las armas de la resistencia no violenta–– queda una sola arma: la violencia. Anders reniega de su maestro Ernst Bloch y de su Principito Esperanza. No queda tiempo para la esperanza. Esperanza es un pretexto para la no acción, es una forma de cobardía.

Es incomprensible ––para él–– la incomprensión de los políticos.

La incomprensión misma de los hombres inteligentes y esclarecidos. El mundo no está amenazado por seres que quieren matar sino por aquellos que a pesar de conocer los riesgos sólo piensan técnica, económica y comercialmente. Ante eso, todas las legislaciones del mundo ––hasta el derecho canónico–– no sólo permiten el empleo de la violencia en defensa propia sino que hasta lo recomiendan. Hemos visto que con entregar rosas y nomeolvides a las policías ––que no podían recibirlas porque tenían el garrote en la mano–– ni con listas de firmas ni solicitadas, ni con interminables marchas, ni con canciones, ni con teatros, no alcanzamos nada. No sólo es anodino sino hasta estúpido, por ejemplo, hacer huelgas de hambre para lograr la paz atómica. Con las huelgas de hambre se logra precisamente sólo eso: tener hambre. A Reagan y a su lobby atómico no le interesa si nosotros comemos un sándwich de jamón más o menos. No son acciones serias, sólo son happenings. No son acciones, son apariencias. Una cosa es aparentar y otra es ser. Los que hicimos esas acciones creímos haber traspasado la frontera de la mera teoría, pero éramos sólo actores, en el sentido teatral. Hacíamos teatro por miedo a actuar verdaderamente. Teatro y no-violencia son parientes muy cercanos.

Palabras muy duras. ¿Desesperación u honestidad consigo mismo? Al hacer esas declaraciones el filósofo alemán sabía el riesgo. No sólo legal ––por incitación a la  violencia–– sino social e intelectual, por las autodefensas del orden constituido. Pero Anders profundiza el tema en su estilo directo, de diálogo socrático:

La violencia no sólo está permitida sino también legitimada moralmente en tanto es usada por el poder reconocido. El poder se basa permanentemente en la posibilidad del ejercicio de la violencia. Para cada alemán fue sobreentendido marchar a la guerra para coparticipar de la violencia, para ser co-violento. Quien participó de esa violencia no hizo otra cosa que cumplir con su deber. Con la orden del poder no sólo está permitido ser violento sino mucho más: hay que ser violento. A nosotros los que actualmente sólo nos proponemos como meta impedir toda violencia se nos reprocha que perseguimos el caos con nuestra desobediencia civil, sí, a nosotros que queremos llegar al estado ideales de la no-violencia, a lo que Kant llamaba la paz eterna. Una cosa debemos tener en claro: nuestra meta jamás tiene que ser la violencia. Pero que la violencia ––cuando sólo con su ayuda se puede imponer la no-violencia–– llegue a ser nuestro método, eso nadie nos lo puede negar.

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Y después agregará las palabras inesperadas, que tanta discusión han originado. Anders dijo:

De todas maneras considero ineludible que nosotros a todos aquellos que tienen el poder y nos (un nos millones de veces) amenazan, los asustemos. No nos queda otro camino que contestar a sus amenazas con amenazas y hacer inefectivos a todos aquellos políticos que con toda irresponsabilidad y por intereses egoístas llevan al mundo a la muerte. Ojalá que la amenaza en sí pueda ya de por sí asustarlos.

Günther Anders no confía más en los medios pacíficos, no cree más en la democracia de partidos:

Después de la gran victoria de los medios masivos de comunicación no existe más la democracia. Lo sustancial de la democracia es poder tener una opinión propia y al mismo tiempo poder expresarla. Por ejemplo yo viví catorce años en Estados Unidos y nunca pude expresar mi opinión. Desde que existen los medios masivos y desde que la población del mundo se halla como exorcizada frente al televisor, se la alimenta, a cucharadas, con opinión. La expresión tener opinión propia ya no tiene sentido de realidad. Los alimentados forzosamente no poseen ya ninguna chance de opinión propia. No, ya ni siquiera consumen opiniones ajenas. Se los engorda con sistema. Y los gansos engordados a sistema no consumen. La televisión es un engorde con sistema. Si democracia es aquello en lo cual se puede expresar la propia opinión, entonces la democracia se ha convertido en imposible a través de los medios masivos de comunicación, porque cuando no se tiene algo propio tampoco se lo puede expresar.

El ser humano ––continúa Anders–– ya no puede llegar a la mayoría de edad. Más bien es un ser-siervo porque sólo oye y oye lo que le llega por radio y televisión y aquí la relación permanece unilateral porque no puede responder. Esa servidumbre es característica para la falta de libertad que se ha construido a través de su propia técnica y que se revierte sobre él. Con los medios masivos se ha creado la figura del eremita masivo. Porque si bien se halla solo frente a su radio o televisor, recibe el mismo pienso (en doble sentido) que los demás. No percibe que lo que él consume en la soledad es el alimento de millones.

Por último, renegando de su admirado maestro Ernst Bloch, dice Anders:

Esperanza es un sinónimo de cobardía. ¿Qué es en sí esperanza? ¿Es la fe en que todo puede mejorar?¿O es la voluntad de llegar a algo mejor? Aún nadie ha realizado un análisis de la esperanza. Ni Bloch, siquiera. No, a la esperanza hay que impedirla. Todo aquel que espera, deja la obligación en otra instancia. Esperanza es nada más que la renuncia a la propia acción.

En un reportaje posterior, publicado en el diario de los alternativos y verdes antiautoritarios alemanes, Günther Anders responderá aún con más claridad a la pregunta:

¿Es suficiente la protesta no violenta?.

Dirá:

No hay un método alternativo, no hay otro que la amenaza ––si queremos la sobrevivencia de nuestra generación y queremos asegurar la existencia de las generaciones posteriores–– contra todos aquellos que insisten en continuar con hacer peligrar la vida humana con la producción atómica (es lo mismo si con la guerra o con el denominado uso pacífico) y siguen rechazando todas las ofertas de detenerla; no hay otra alternativa, decía, que comunicarles a esos hombres con toda claridad que tanto uno como el otro deben considerarse piezas de caza. No hay que vacilar en eliminar a aquellos eres que por escasa fantasía o por estupidez emocional no se detienen ante la mutilación de la vida y la muerte de la humanidad.

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¿Sabía el despierto filósofo que con ello, con ese extremo, se podía iniciar una revisión de métodos? ¿Qué el movimiento antiatómico, antiarmamentista, anticonsumista y ecologista comenzaría a buscar otros medios, que debía dejar de tocar la guitarra, de repartir flores y de firmar petitorios?.

Y no se equivocaba: empezó la polémica. Empezaron las respuestas. Algunas indignadas, otras comprensivas. Marcadas por la rabia de la impotencia, sorprendidas por el desafío del viejo sabio, o indignadas por su provocación. Pero incapaces de mostrar alternativas que no se hayan probado ya.

(La socialdemocracia alemana había terminado drásticamente con los sueños de los años sesenta: cuando fue gobierno se fabricaron más armas que nunca, se llevó a la perfección su integración al industrialismo consumista. De Brandt a Schmidt, y éste con sus disyuntivas de hierro: energía atómica para quedar en carrera de competencia, o desastre económico por pérdida de mercados; venta de armas o desocupación (venta de submarinos a la dictadura de los generales argentinos o desocupación en los astilleros de Emden). Por supuesto siempre el mal menor (en paso irreversible hacia el mal mayor). La elección: energía atómica y venta de armas. ¿Qué había hecho el socialismo francés cuando gobierno?: tanto o más explosiones atómicas en el atolón de Mururoa (eso sí, lejos de París) y más producción de armas que nunca. El socialismo español de Felipe González y su modernidad: prepara todo para lograr la conexión definitiva al mercado común europeo, a la sociedad de consumo; las leyes sociales no deben impedir la capacidad de competencia: España ya disputa mercados de armas. En la oposición fueron la esperanza, las grandes palabras. En el gobierno, los mejores alumnos de conservadores y liberales).

La reacción del teólogo y socialdemócrata Heinrich Albertz (ex burgomaestre de Berlín que renunció a su cargo cuando su policía mató al estudiante Benno Ohnesorge) contra Günther Anders fue de una ira incontenible:

Quien públicamente incita a la violencia, debe estar preparado para marchar él mismo hacia el fuego. Eso Günther Anders ––a quien tomo muy en serio–– no lo va a poder hacer. Pero cargará con la responsabilidad de que cada terrorista en el futuro va a justificar su acción en su filosofía.

El escritor Hark Bohnm escribió así a Anders:

El éxito de su llamado a la violencia podría reducirse a esta ecuación: después de Kennedy vino Johnson, después de Johnson vino Nixon.

El politólogo Jürgen Dahl comparte el pesimismo de Anders pero no su desesperado llamado a la violencia.

¿Podemos ––se pregunta–– esperar algo en un sentido terrenal y sensato? ¿Qué podemos esperar frente a una amenaza atómica producida por reactores y cohetes, una ineludible catástrofe climática, una muerte de las especies de todo el planeta, una onda global de envenenamiento que cada vez sigue proclamando que todo será cada vez mejor si se le permite ser cada vez más omnipotente? La sagrada ira nos acomete cuando vemos qué poco podemos esperar porque la industria y la política y el comercio y el egoísmo se intrincan cada vez más profundamente en dependencias y en la presión de las circunstancias que a su vez van produciendo cada vez más estragos. La gran empresa Mundo, tal cual está organizada actualmente, aguanta y tolera pequeños cambios en los miembros pero ninguna gran modificación en la cabeza. Sí, es cierto, que los equipos de reparación trabajan constantemente, pero refuerzan sólo los mecanismos de protección y no dicen que cada mecanismo de protección sólo anuncia lo que después ocurre. ¿Qué es lo válido entonces: diagramar una nueva forma de organización para la gran empresa Mundo y llevarla a cabo? Pero todo lo que puede obrar en esa dirección nuestra actividad ––medido en el todo–– tiene apenas un efecto ridículo, tan espectacular como le pueda aparecer a los participantes directos. Tener confianza en la actual adición de pequeñas mejoras es mentirse a sí mismo en tanto prosigue la diaria destrucción. (Los demócratas cristianos y liberales siguen marchando optimistas con sus Mercedes o sus BMW por entre bosques secos y montañas de basura siempre creyendo que el remedio de todos los males es la economía de libre mercado; los socialdemócratas creen que la gran solución está en el reciclaje de los residuos; la prédica de los verdes tiene lugar en el desierto si se tiene en cuenta que la jungla de los medios de comunicación los hace aparecer como miembros de una secta fuera de toda realidad).

El intento de salvar al mundo por medio del reciclaje de residuos   ––continúa Dahl–– tiene en el mejor de los casos un valor didáctico pero es justo la coartada que necesitan los que producen basura, para seguir produciéndola. Los argumentos más racionales no son escuchados; las proposiciones más convincentes son archivadas, los pedidos más vehementes son rechazados y entonces, cuando por fin se desborda la rabia de la desesperación aparece la policía y ya sólo con su presencia da a conocer que las formas de vida que el poder elegido por el pueblo ha ordenado como correctas al parecer sólo pueden ser defendidas e impuestas no con argumentos sino con ayuda de palos, camiones hidrantes y pistolas lanza gases. (Es el mismo Poder que condena a dos meses de prisión a un joven que tiró una piedra en una manifestación contra Reagan, pero deja libre de toda condena a los ejecutivos de una empresa química que con sus ácidos residuales lanzados al Rhin ocasionó un desastre ecológico con millones de peces muertos y otros daños incalculables para la naturaleza y la población).

Confiesa, por último, Jürgen Dahl que él no puede dar recetas, pero que la violencia que aconseja Anders sólo traería el fortalecimiento de la violencia del Estado. La única resistencia del individuo es seguir denunciando este estado de cosas y tratar de esclarecer y formar una opinión pública; es lo que él llama su pequeña esperanza.

Pero ––finaliza–– debo reconocer que hasta yo he perdido ya esa pequeña esperanza. Tal vez alguien la haya encontrado; que la conserve y la comparta con nuevos que lleguen. Y como no sabemos a ciencia cierta lo que va a suceder, a pesar de que ya no tenemos ninguna esperanza, debemos seguir haciendo algo. Por respeto a nosotros mismos.

El físico atómico profesor Robert Jung ––uno de los más decididos combatientes contra el Estado atómico–– da la razón a Anders e interpreta su paso a la violencia como la necesidad de una creciente energía en el movimiento pacifista y antiatómico. Propone como primer paso la exigencia de un desarme interno de la Alemania Federal. Es decir, que las fuerzas de represión y del orden vayan desarmándose poco a poco, al mismo tiempo que se eliminan paso a paso todas aquellas técnicas industriales que amenazan la vida y la libertad.

El movimiento ecologista y de la paz ––escribe–– no tiene armas actualmente. Pero si la otra parte no atiende sus reclamos sino que al contrario, como al parecer proyecta en el futuro va a actuar con más fuerza represiva, será ella la culpable de un aumento de la violencia que puede llegar hasta la guerra civil.

 Contra la pequeña esperanza de Jürgen Dahl, los argumentos de Günther Anders son esta ironía histórica:

En 1986, Año de la Paz de las Naciones Unidas, fueron gastados en armamentismo 900 mil millones de dólares. Eso significa que por minuto se gastan 1,7 millones para armas y equipos militares y represivos. En las fábricas de armas trabajan en todo el mundo 100 millones de personas.

La diputada del Partido Verde, Petra Kelly ––una de sus cabezas pensantes–– aceptó todos los conceptos del filósofo Anders pero no estuvo de acuerdo con su llamado a las acciones violentas. Ella defendió la no violencia y la desobediencia civil como únicos métodos reales y posibles.

No violencia no es cobardía ––sostuvo–– y repito las palabras de Mahatma Ghandi: No-violencia es todo lo contrario de cobardía. Puedo imaginarme un hombre armado hasta los dientes que en el corazón es un cobarde. En la posesión de armas está escondiendo el elemento del miedo, hasta el de cobardía. En cambio la no-violencia es imposible cuando no es intrépida. Nos hace falta mucha fantasía social ––agregó Petra Kelly–– nos hacen falta métodos de acción no violentos que aún no hemos probado y nos faltan todavía una serie de seres humanos a los cuales tenemos que convencer.

En El fin del pacifismo, Günther Anders responde al argumento de Petra Kelly sobre la no violencia de Ghandi.

¿Fue la no-violencia de Ghandi sólo un happening? Mucho me temo que sí ––se responde–– desde el punto de vista de la historia del mundo. ¿O acaso podemos considerar de otra manera la fotografía del desnudo Ghandi tejiendo a mano, difundida millones de veces, sino como un happening comparable al de los pobres tejedores de Silesia que destruyeron los telares? Ghandi no pudo detener la industrialización ni siquiera tocar la miseria de castas de la India. No, lo que él sostenía era tal vez podemos de alguna manera ejercer resistencia a pesar de que no obtendremos el poder y con él el poderío necesario para obrar . Es decir que lo importante no era para él la no-violencia como tal (como único principio permitido, o como único método moral, o meta moral) sino la eventualidad muy débil de a pesar de no tener armas poder igual ejercer resistencia. Lo fundamental, pues, en él no es la aceptación del sin (sin armas) sino del a pesar (a pesar de no tener armas).

El historiador y ensayista Erich Kuby es uno de los pocos que apoyó a Günther Anders y hasta va más allá que él:

Cuando era niño, la guerra era vista aún como la única acción de asesinato en masa legítima y aprobada por la ley. Hoy no es necesaria una guerra para lograr una acción de asesinato en masa en una escala mucho mayor. Pero los dueños del poder no hacen nada contra el peligro total; al contrario, hacen todo lo posible para agrandarlo cada vez más. Siguen construyendo nuevas plantas atómicas y no desvían los miles de millones de dólares, que se gastan para subvencionar la industria atómica, en el desarrollo de soluciones alternativas. Además, continúan siendo solidarios con una potencia mundial incontrolable que se sigue preparando para la guerra atómica. Los asesinos potenciales no están entre nosotros sino sobre nosotros y sólo por la razón de que millones de corderos los votan, divididos en social-cristianos, liberales y socialdemócratas. Como emplean principios democráticos como material propagandístico de juego, no tienen nada en contra de que de vez en cuando algunos griten: ¡esto no nos gusta nada! .

Al contrario, eso es bueno y además no molesta para nada a los de arriba. Pero el primer embozado que arroje una piedra, es calificado de criminal y va al calabozo. Cuando ocurra en Alemania el primer Chernobyl ––y sólo Chernobyl–– serán algunos cientos de miles de estos llamados criminales que se lanzarán a la calle. El ejército comenzaría a actuar. Pero por lo menos esta discusión se actualizaría, saldría del medio intelectual, y se haría más popular. Claro, de cualquier manera, de acuerdo a las circunstancias actuales, todo aquel que guiado por su conciencia realice actos de violencia individuales, no podrá cambiar nada. Pero que en el futuro no se ponga su nombre a calles, como ejemplo, de eso no estoy tan seguro. Desgraciadamente estoy muy viejo para hacer apuestas, pero lo haría y por la cantidad más alta, que en el año 2050 habrá un lugar dedicado a Ulrike Meinhof para recordarnos sus propuestas. (Ulrike Meinhof fue la guerrillera del grupo Baader Meinhof que participó de actos terroristas contra la ayuda de Alemania Federal a los Estados Unidos en la guerra de Vietnam y contra el capitalismo en general).

El físico Klaus Vack rechaza el método de Anders de la violencia para llegar a la meta de la no violencia y señala que el único método que puede llevar a ese fin es la escalación no-violenta de la desobediencia civil, pero no dice cómo difundir esa desobediencia civil ante los pueblos sin contar con los medios de comunicación. Para llegar a la desobediencia civil en una sociedad acostumbrada a no renunciar a nada se necesita partir de una gran catástrofe, como una guerra perdida o un peligro de vida o muerte.

Discípulos de Anders basaron su respuesta al maestro en el lema:

Tanto la violencia de abajo como la no-violencia como meta necesitan de la racionalidad.

Karl Jaspers había dicho ya en la década de los cincuenta, todavía con la experiencia del nazismo en sus espaldas:

¡Qué fatalidad cuando el ser humano de buena fe renuncia a la violencia porque cree en la no-violencia! ¡Lo único que logra es ser superado en forma más radical por la violencia!.

En un largo análisis titulado La verdad en el error de Günther Anders, el profesor Klaus Meyer-Abich señala que

si bien la advertencia desesperada del filósofo, su llamado a la violencia, no es ninguna salida para la humanidad, sí agudiza nuestra conciencia. Su error contiene la verdad como la piedra la escultura que el escultor va a hacer de ella. ¿Acaso Anders ha magnificado el peligro? se pregunta.

Nada de eso. Nadie puede estar seguro en un mundo donde la vida está diariamente amenazada por las armas atómicas, las catástrofes de los reactores, los accidentes químicos y más que todo por el funcionamiento normal de la economía permitida por el Estado. (Mientras en Alemania Federal se secan los bosques por los gases de los vehículos, este año se han batido todos los récords de producción de automóviles). La democracia parlamentaria se ha mostrado ineficaz en resolver el problema. La mitad más uno de sus representantes siempre tienen detrás de sí un poderoso lobby. Con ella no es posible lograr un derecho al país, al terruño que vaya por encima del derecho a la propiedad privada. (En el pasado año murieron en el río Elba inferior doscientas toneladas de peces ––es decir varios cientos de miles de peces–– por acción de la central atómica de ese lugar que produce energía para la producción de artículos de consumo en su mayoría superfluos. La ley defiende la propiedad de mi auto por no al pez de todos. En las democracias industriales el voto popular elige al auto. Los parlamentos eligen al auto, al egoísmo).

¿Debemos resignarnos a la impotencia? Klaus Meyer-Abich ve el único camino en desendurecer al sistema, desendurecer a la sociedad industria. Con violencia sólo se logra más endurecimiento del sistema. Sólo queda ––para él–– el camino de la acción extrapartidaria, la acción extraparlamentaria. No dejar todo el mando en los representantes sino intentar más democracia. Creer más en la voz del vecino que en la de los notables. El cambio tiene que iniciarse en los barrios y no en los parlamentos.

Es decir, Meyer-Abich vuelve al Anders de los años sesenta. La discusión termina allí, donde había comenzado. En el mismo lugar donde la habían interrumpido el siglo pasado positivistas, liberales, conservadores, anarquistas y marxistas. Claro, esta vez con menos lugar, mucho más cerca del precipicio, con un mundo infinitamente más chico.

El viejo filósofo no quiere volver a ensayar lo que ha fracasado. Sabe que no va a lograr tomar ni la Bastilla ni el Palacio de Invierno. Pero ha logrado revivir en toda su dignidad el derecho a la rebelión, a la sagrada violencia de los oprimidos. Tan denigrada en los últimos años, víctima de una aplastante propaganda del establishment. Ha llegado el momento de desertar del rebaño sonriente y plantear a los lobos un diálogo diferente.

¿Y qué papel juega en todo esto el Tercer Mundo? Es un rebaño flaco y afligido que corre para poder comer las sobras que le deja el rebaño gordo al cual nunca alcanzará. Pese a los espejismos que pintan a veces sanguinarios lobos uniformados y otras veces amables perros de librea. Hasta ahora comen las sobras los que llegan primero; los retrasados ––y son cada vez más–– comen cada vez menos. Hasta que estos últimos se den vuelta y comiencen a recorrer su propio camino.

El viejo filósofo Günther Anders se ha despedido del sueño de llegar al socialismo antiautoritario y ecológico a través del camino de la razón. A los 85 años ya no saldrá a poner bombas. Pero por lo menos le ha dado un puntapié al conformismo.

Osvaldo Bayer, Berlín, Alemania, agosto de 1987.  

Igreja da Santa Cruzada do Caos Perpetuo

 

 

 

Igreja da Santa Cruzada do Caos Perpétuo (1)

 

 

 

Os irmãos reunidos em conclave – propõem:… Um outro programa que aponta para uma cada vez maior, uma cada vez maior, radicalização de atitudes. 

Companheiros:

 

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1. Actuem conscientes de que o racismo psíquico e económico veio substituir a discriminação aberta e é hoje um dos aspectos mais repugnantes da nossa sociedade.

2. Abandonem toda a pureza ideológica, abracem o anarquismo “tipo 3” (para utilizar a terminologia de Bob Black): -Nem colectivista nem individualista. Limpem os Templos, destruam os ídolos, desembaracem-se “do velho”, das relíquias e dos mártires.

3. O movimento anti trabalho ou “trabalho zero” é fundamental, incluindo o ataque radical e violento contra a “educação” e servidão das crianças.

4. Substituam as tácticas caducas de publicação/propaganda pela pornografia e o entretenimento popular como veículos de uma reeducação radical.

5. Na música a hegemonia do compasso 2/4 e 4/4 tem de ser combatida. Precisamos de uma nova música, totalmente disparatada. No entanto confirmadora de vida. Potente mas ritmicamente subtil. O mesmo combate deverá ser dirigido aos “performers” auto flageladores. Morte à arte da mutilação viva a arte portadora de vida e de liberdade! Necessitamos de uma nova estética. E JÁ!

6. O anarquismo tem de se descartar do materialismo evangélico e do banal cientifismo bidimensional do século XIX. Os “estados mais elevados de consciência” não são mais meros fantasmas inventados por sacerdotes malvados. O oriente, o oculto, as culturas tribais possuem técnicas que podem ser assimiladas de maneira verdadeiramente anarquista. Sem “estados mais elevados de consciência”, o anarquismo consome-se (dilui-se) e seca num queixoso lamento. Necessitamos de um tipo prático de “Anarquismo Místico”, isento de toda a merda pseudo filosófica e do deslumbramento do “New Age” – Inexoravelmente herético e anti clerical. Ávido de todas as novas tecnologias de consciência e metanóia, uma democratização do chamanismo, ébria e serena.

7. A sexualidade foi assaltada, obviamente pela direita, mais concretamente pela pseudo vanguarda da “pós sexualidade”, e mais subtilmente pela recuperação espectacular nos media e publicidade. Chegou o momento da reafirmação explosiva do Eros Polimorfo, de uma glorificação literal dos sentidos – queremos uma doutrina de gozo. Abandonemos a vergonha.

8. Ensaiemos novas tácticas para ocuparmos a caduca mentalidade das “esquerdas”. Enfatizemos os benefícios práticos, materiais e pessoais na criação de redes radicais. Os tempos não são propícios para a violência ou combatividade (directa), mas com toda a certeza a sabotagem e a imaginação têm sempre lugar cativo no “espectáculo”. Trama e conspira, não te acomodes nem te lamentes!… O mundo da arte, em particular, merece uma boa dose de “terrorismo poético”.

9. A sociedade pós industrial trás algumas vantagens (p.ex:… criação de redes digitais) ainda que possa vir a manifestar-se mais opressiva. As comunas de 60 procuraram fazer frente às forças de opressão – fracassaram. Como podemos separar o conceito de espaço dos mecanismos de controlo? Os gangsters territoriais, as nações estado, meteram a mão no mapa mundo. Quem inventará para nós uma nova cartografia – a da autonomia? Quem pode esboçar um mapa que inclua os nossos desejos?

O anarquismo implica em ultima instância a Anarquia – e a anarquia é caos. – Caos é o princípio da criação continua…

O CAOS não morreu.

 

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(1) . a Igreja da Santa Cruzada do Caos Perpétuo é uma tribo que cresce… estamos a ocupar espaços de acção e em breve teremos o nosso TEMPLO. Propomos entre muitas outras coisas: “Trabalho Zero”, boicote total às multinacionais do consumo.

Depois de um bom almoço acompanhado por bom vinho devemos repousar, olhar o Mar e construir poemas. O dia seguinte será ainda mais profícuo – a imaginação inunda a nossa mente, acordamos mais inteligentes – e voltaremos a nada fazer – NADA mais do que qualquer super homem pede.

 

a possibilidade de tudo – do tempo do espaço e do kaos (ritos)

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1.
da sedução dos espaços

2.
o tempo passado – o espaço que regressa ao reencontro (com o que nos envolve)

3.
o interior das histórias  – todas

4.
a estratégia compartilhada – da transformação de imagens/sigilos

5.
imagens base de apontamentos naturais – as que reflectem desejo

6.
o mago e o motivo – um rito – ao azar

7.
motivo – os motivos seleccionados e sua integração na obra

8.
a imagem recolhida e suas considerações estéticas

 9.
da possibilidade de um subliminar – a obra

   10.
do resultante

11.
marcação dos signos e símbolos do desejo a cumprir

12.
a obra e o signo do actuante no rito. do grafismo – o decifrar do mago

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do tempo  do espaço e do kaos (ritos)

1. a possibilidade de tudo. do todo; 

2. os mitos não são lendas para os que crêem; 

3. são histórias. localizadas no tempo. envolvem o sobrenatural e deles irrompe certa realidade – outra;

4. o ritual transporta-nos ao mito – é dizer: revivemos através dele o mito;

5. pelo rito, a natureza é revitalizada – cumpre-se o objeto do ritual:  – a busca da perfeição. a do início;  

6. o retorno implica, pois, esse ritual e a recitação do mito; 

7.  na superfície neutra do papel, uma grafia que nasce do gesto incontrolado da mão – a mão que desenha perante um olhar que observa – não intervém; 

8. há nisto um quê de gnose estética – a sua base é o auto-conhecimento; 

9.  essa grafia, desencadeia – pode desencadear – processos transitórios de transe ou um despertar de forças subterradas nos atavismos (nossos);

10. a incorporação da escrita na obra plástica não é novidade – faz parte integrante da história da pintura; 

11.  uma questão estética;

12.  arrisquemos, porém, uma leitura alargada. uma leitura não limitada à caligrafia formal e plástica – num contexto simplesmente semântico;

13. arrisquemos o global, a palavra/escrita/dita enquanto geradora de múltiplas relações de poder;  

14. e, enquanto geradora do desejo;

15. o artista/feiticeiro  desenvolve uma grafia capaz 

                        de libertar forças ocultas – capaz de jogar com a pluricefalia xamânica;

16. cumpre-se o acto de criação – presente, a dinâmica do caos onde natureza, criatividade, tempo e acaso são variáveis num quadro perfeitamente determinista;

17. a relação entre o acaso, o acto criativo, o tempo e a natureza coloca o mago/artista como interveniente num ritual preciso, o qual só será concluído quando alcançada a comunhão entre natureza e projecto criado;

18.  nesta acção o mago é colocado na condição de manipulador de elementos capazes de estruturar a obra  – via sigilos; 

19. ele comporta-se como um soldador de objectos onde o acaso é elemento de fundamental importância;

20. os “objectos” alvo da colagem transformam-se em signos/símbolos da acção-desejo;

21. o desejo é, também, o anular do caracter condicionador da linguagem; 

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22. a obra conseguida é para ser vista/contemplada (pelos olhos);

23. não para ser lida no sentido convencional – daí, a recusa de todos os condicionalismos gerados pelos signos da linguagem; 

24. a actuação do artista/mago, neste ritual, é espontânea – sempre; 

25. não há – não pode haver – limitações ao rito;

26. o iniciado não obedece a quaisquer liturgias ou a leis ditadas por mestres;

27. só a liberdade poderá gerar o prazer e o prazer é a obra;

28. o mago é o conhecedor…;

29. ele sabe que a natureza é a grande mãe e o caos é a possibilidade de tudo;

30. o mesmo será dizer: TUDO É POSSÍVEL; 

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31. O DESEJO SERÁ CUMPRIDO se O QUE QUISERMOS, se o FIZERMOS;

32. resultado – um acto conceptual gerado por um rito – por todos; 

33.  um acto pendular.